Você nunca deixará de ser filho
- Allan Dionisio
- 15 de fev.
- 3 min de leitura
Nós somos filhos de Deus! Essa é uma verdade que ouvimos quase todas as vezes em que estamos em uma Igreja, seja em uma homilia, em um grupo de oração ou em algum momento formativo: eu sou filho amado do Pai! Uma realidade tão real, mas que de tanto ouvirmos torna-se algo distante de nós.
São Josemaria Escrivá nos leva à seguinte reflexão: “Deus é meu Pai! Se meditares nisto, não sairás dessa consoladora consideração… Pensa bem nisso - Tu és de Deus…, e Deus é teu”. São João, em sua primeira carta nos revela ainda: “Considerai com que amor nos amou o Pai, para que sejamos chamados filhos de Deus. E nós o somos de fato”.
Não fomos nós quem conquistamos o direito de sermos considerados filhos de Deus, não é mérito nosso. A nossa condição de filhos de Deus não é proporcional ao nosso grau de santidade ou está condicionada a nossa perfeição, de forma alguma! Ser filho “é um dom gratuito que Deus nos concede não por nós sermos bons, mas porque Ele é bom”. Deus, em Sua infinita bondade, nos elevou à dignidade de filhos, nos permitiu participar de Sua vida divina, pois como diz São João, “Deus é amor”. Nossa condição de filho é um dom gratuito de Deus!
E é exatamente por isso que, independente do que você faça, independente dos pecados que cometa, a sua condição de filho nunca será tirada, pois essa filiação não depende do seu esforço humano, é graça de Deus.
Fomos comprados por um preço muito alto, fomos resgatados pelo sangue de Jesus, pela Sua paixão nós fomos salvos, “de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu Seu Filho único, para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.
Deus nos amou e nos ama tanto que enviou Seu próprio Filho para nos resgatar da morte, para nos devolver a dignidade de filhos de Deus. Ele nos ama com amor ciumento, “porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti”. Ele nos ama como filhos, você é filho de Deus!
Deus nos criou por amor, n’Ele encontramos nossa origem e nosso fim último, nossa existência não está em nós mesmos, somos criados e sustentados por Deus, não somos fruto do acaso. Somos imagem e semelhança d’Ele!
É necessário assumir essa verdade, fomos criados à imagem e semelhança de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança… Deus criou o homem à Sua imagem, criou-o à imagem de Deus”. E somos imagem de um Deus que é amor, que vive em comunhão amorosa na Santíssima Trindade, nós somos chamados a viver essa mesma comunhão com Deus e com o próximo. Assumindo a identidade de filhos nossa vida ganha sentido, a nossa realização se dá na vivência dessa plenitude de amor e comunhão, somos chamados a ser, no mundo, reflexo do amor da Santíssima Trindade.
Cristo nos conduz ao Pai, que possamos trilhar esse caminho que o próprio Jesus trilhou de em tudo fazer a vontade do Pai. Tenhamos a coragem de, como crianças, sermos conduzidos pelo Pai, que nos ama, que nos deseja e que quer a nossa felicidade. Busquemos em nossa vida de oração essa relação de intimidade com o Pai, Ele nos ama incondicionalmente.
Que você possa, a partir de hoje, assumir sua identidade de filho de Deus, assumir a sua pertença incondicional a Deus na certeza de que, ainda que você esteja distante, Ele espera ansiosamente a sua volta, como na parábola do filho pródigo, quer te abraçar, te beijar, colocar um novo anel em seu dedo e te dar novas vestes, devolvendo a sua dignidade de filho.
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