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Epitáfio

  • Coisas do Alto
  • 23 de out. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 1 de fev.

A vida é uma jornada incrível! A cada ano que passa vamos aprendendo mais sobre nós mesmos, sobre os outros, sobre tudo!


Quando comemoramos uma data especial, como nosso aniversário, percebemos o quão pouco somos gratos à vida que Deus nos deu. Quantas alegrias, quantos risos, quantas conquistas, quantas experiências.… obviamente a vida não é feita apenas de momentos bons, também aparecem no caminho situações que não são tão agradáveis, mas que também nos ensinam que por mais intensa e incrível que seja, a vida também é frágil, e se esvai como o vento que passa, como as folhas que caem… talvez seja isso que a torne tão especial, um misto de beleza, de força e fragilidade. Ao mesmo tempo que somos tudo, também somos nada… totalmente dependentes de Deus e da Sua Divina Providência e ao mesmo tempo totalmente livres para escolhermos o caminho que bem entendermos (e obviamente assumir as consequências dessas escolhas).


O mais engraçado é que, com o passar dos anos concluímos que não sabemos quase nada, quantas coisas para aprender, para conhecer, para viver, para experimentar… quantas montanhas para subir e descer, quantas estradas para seguir, quantos caminhos, quantas paisagens… quanto tempo ainda temos para viver tudo isso? Não sabemos, não nos cabe saber… É Deus quem sabe.… mas aprendi certa vez com um grande sacerdote, que hoje certamente habita à sombra do Altíssimo que, o que importa não é o tempo vivido, mas a qualidade do tempo vivido… grande Padre Léo…


Essa reflexão nos leva a pensar: qual a qualidade do tempo vivido? Será que quando as “cortinas do palco se fecharem”, “as luvas forem penduradas”, o sol finalmente se apagar, será que nesse momento nosso “epítáfio” será como a música dos Titãs? Amado mais, chorado mais, arriscado mais, aceitado as pessoas como elas são? Talvez complicado menos, trabalhado menos, se importado menos com os problemas?


Tem muitas coisas que me arrependo de não ter vivido (coisas boas), muitos momentos em que eu deveria ter deixado o celular um pouco de lado, a televisão desligada, talvez eu tivesse tido mais tempo para estar ao lado das pessoas que eu amo, brincado mais com meus filhos, prestado mais atenção àqueles que cruzam pelo meu caminho… eu queria ter tido tempo para ler mais, para sorrir mais, não me preocupado tanto com o saldo da conta bancária (não que isso não seja importante.…. mas às vezes a ânsia pelo poder, pelo ter, pelo sucesso.… essas coisas cansam… ferem, nos distanciam uns dos outros… e de Deus...).


Mas ainda há tempo! Quantos anos, meses, semanas, dias, horas, segundos me faltam? Eu não sei, mas fica a grande lição daquele sacerdote que um dia disse que o que importa não é o tempo vivido, mas a qualidade do tempo que se vive. Como quero passar o resto do tempo que me falta? Quero aproveitar as pequenas coisas que me levam a sorrir, quero poder ver o sol nascer e se pôr mais vezes, quero perdoar mais, porque no fim de tudo qual é a importância de se criar entraves e muros quando podemos construir pontes? Quero amar mais, amar pra valer, concretamente e não apenas de maneira subjetiva e poética. No fim todos seremos pó e estaremos muito bem acomodados naquele pequeno buraco com pouco menos de dois metros quadrados… e pode ter certeza que ali não cabe muita coisa, apenas um caixão de madeira “mequetrefe” e umas flores nada agradáveis, um pedaço de roupa que nos cobre e só… e o resto? Vai ficar aqui… bens, dinheiro, feridas, conquistas, poder, etc… tudo isso será de outra pessoa… e o que importa então? Como serei lembrado! Isso é o que importa! O que eu fiz de bom, o quanto eu sorri, o quanto eu amei, o quanto eu curti meus filhos, pais, netos, amigos, o quanto eu ensinei com a minha vida, o quanto eu aprendi com a vida dos outros… Não deixe para se arrepender da vida quando ela começar a dar os sinais da despedida!


Você já parou para pensar qual será a memória que existirá sobre você daqui há uns cem anos? Talvez ninguém mais se lembre que um dia você existiu… mas e daí!? O que importa é que, se vivida com qualidade a vida que nos é dada, tocaremos as pessoas hoje, elas se lembrarão de nós como alguém que valeu à pena conhecer e conviver e talvez a nossa vida tenha dado sentido à vida do outro. É isso o que importa.


Os santos são aqueles que entenderam o significado da palavra amor, eles amaram até as últimas consequências! Uma escolha tão simples e ao mesmo tempo tão desafiadora, pois amar exige sair de si, deixar de lado as diferenças, amar o outro apesar das suas lepras…


Talvez assim, no nosso “epitáfio” poderemos dizer que amamos até o limite das nossas forças, que choramos até secar as lágrimas, que nos cansamos de ver o sol nascer, que nos arriscamos ao extremo, que erramos muito (mas também aprendemos com nossos erros), que nos esforçamos para aceitar as pessoas como elas são e tratá-las com a dignidade que merecem, independente de suas escolhas ou valores, que não nos importamos tanto com coisas supérfluas, que trabalhamos o quanto era justo e proporcionamos uma vida digna para nós e para os nossos, sem excessos e por fim, que morremos de tanto amar e assim, viveremos eternamente envolvidos pelo Amor que nos moveu a amar nesta terra.

 
 
 

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