Ele não nos condena!

Hoje meditamos a passagem da mulher pecadora pega cometendo adultério. Jesus ensinava no templo quando os escribas e fariseus trouxeram aquela mulher, pega em flagrante adultério. Eles a colocam no meio e indagam Jesus: "Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante delito de adultério. Na lei, Moisés nos ordena apedrejar tais mulheres. Tu, pois, que dizes?" (Jo 8, 4-5).

Jesus então dá a eles a resposta mais estarrecedora que os deixa desconcertados: "Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra" (Jo 8-7).

Aos poucos aqueles homens foram se afastando, um a um, a começar pelos mais velhos, a ponto de não sobrar nenhum. Nenhum daqueles permaneceu ali para condená-la.

Jesus então diz àquela mulher: "Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante, não peques mais" (Jo 8-11).

Aqueles homens queriam aplicar a lei, sem qualquer misericórdia. Quantas vezes também nós, diante das situações, trazemos em nosso coração, na ponta da língua, as palavras da lei, e acabamos por condenar, julgar os outros por suas falhas. Nos esquecemos de que a lei deve ser aplicada juntamente com a misericórdia.

Trazemos pedras nas mãos e nos esquecemos que, também nós, muitas vezes falhamos, pecamos. Éramos culpados de nossas faltas, dignos de ser julgados e condenados, mas o Senhor agiu com misericórdia para conosco. Recebemos, através da Igreja, a benção da absolvição dos nossos pecados e faltas, lavados pelo sangue de Cristo que não veio para nos julgar, mas para nos perdoar, nos salvar, nos dar a vida eterna.

Por óbvio não podemos jamais nos esquecer do trecho final deste evangelho: "Vai, e de hoje em diante não peques mais" (Jo 8-11). Jesus não os condena, mas espera a nossa conversão! Ele não apedrejou aquela mulher adúltera e também não nos apedreja, ele nos espera, anseia pela nossa volta, pois nos ama. Ele age com misericórdia, mas exige conversão, mudança de vida, pois nos quer felizes e livres.

Diante da experiência com este amor e esta misericórdia, através deste encontro com a pessoa de Cristo, somos chamados a uma vida nova, à conversão, a abandonar o pecado, a buscar uma vida de santidade.

Jesus ama e acolhe o pecador, mas abomina o pecado e deseja nos ver livres dele, não podemos nos esquecer disso jamais, caso contrário cairemos no erro de acharmos que Jesus é "paz e amor", o que nos permite vivermos acomodados, estagnados, relativizando a radicalidade que Ele nos chama a viver, abusando da Sua misericórdia.

Que no início desta última semana da quaresma possamos fazer a experiência daquela mulher pecadora. Nos encontrarmos com o Senhor, totalmente expostos pelas nossas misérias e nossos pecados, mas confiantes na Sua bondade e no Seu amor, que olha para cada um de nós, que abaixa à nossa miséria para olhar nos nossos olhos e nos dizer ëu não te condeno, mas vai e não tornes a pecar".