Deus nos corrige, e isso é amor!

A correção é dolorosa. Mexe com nosso orgulho, desafia nossa autoimagem, desmonta as ilusões que construímos sobre nós mesmos. Mas é graça. Embora, no momento, pareça amarga e nos cause dor, seu fruto é a paz e a justiça. Ser corrigido por Deus é prova do Seu amor, pois todo pai que ama o filho também o corrige. Deus me educa porque eu pertenço a Ele. Deus conhece a minha verdade, vê minhas limitações, sabe que sou pó, um nada capaz de amar-Lo. E, ainda assim, me ama com amor eterno.

O amor de Deus não é um amor permissivo, que consente com nossos erros e nos deixa entregues às nossas fraquezas. Pelo contrário, é um amor exigente, que deseja nos ver livres do pecado, purificados, capazes de viver na Sua presença. Muitas vezes resistimos à Sua correção porque nos apegamos às nossas próprias seguranças, às nossas próprias ideias. Mas Ele insiste. Ele nos forma, como um oleiro que molda o barro, nos purifica, como o fogo que refina o ouro.

A Palavra de Deus nos convida a acolher essa correção com humildade, sabendo que, no fim, ela nos conduzirá a um caminho de santidade. "Nenhuma correção parece alegrar no momento, mas causa dor. Depois, porém, produz um fruto de paz e de justiça" (Hb 12,11). Se queremos ser filhos autênticos, precisamos aceitar esse processo, deixar que Deus remova de nós o que ainda nos afasta Dele.

Essa mesma resistência à vontade de Deus também se manifesta na incredulidade das pessoas de Nazaré diante de Jesus. Elas o conheciam desde pequeno, viram-no crescer, estavam acostumadas com sua presença. Mas não conseguiram reconhecê-lo como o Messias. A familiaridade se tornou um obstáculo para a fé. Quantas vezes também rejeitamos as obras de Deus em nossa vida por estarmos presos às nossas pré-concepções? Quantas vezes não acreditamos que Ele possa nos transformar?

Jesus se admira com a falta de fé dos seus conterrâneos. E isso nos faz refletir: como temos recebido a presença de Deus em nossa vida? Temos permitido que Ele nos transforme ou estamos fechados em nossa comodidade? A fé não é apenas um assentimento intelectual, mas um abandono confiante nas mãos do Pai, um desejo de ser moldado por Ele.

A correção de Deus nos ensina a viver como filhos e nos convida a uma resposta de fé. Que possamos acolhe-la com humildade, permitindo que Ele nos conduza à plenitude da Sua vontade, para que possamos um dia ver Sua face e viver na Sua presença eternamente.