A qualidade da oração
- Coisas do Alto
- 13 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Jesus hoje, com a parábola do fariseu e do publicano, quer falar ao nosso coração acerca da maneira como rezamos.
Vemos na parábola duas atitudes: a do fariseu que se orgulha diante de Deus de sua perfeição, do quanto ele é correto em suas ações, e a do publicano que, sequer levanta os olhos ao céu, mas bate no peito dizendo "Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!" (Lc 18, 13).
Muitas vezes nos colocamos diante de Deus na atitude daquele fariseu: orgulhosos porque rezamos muito, porque não somos como os homens maus, como os injustos, como os adúlteros, porque não somos, inclusive, como aquele publicano, pecador! Uma oração assim é uma prática orgulhosa, soberba, cheia de vaidades. Não estamos prestando culto a Deus, mas a nós mesmos, não escutamos a Deus, escutamos a nós, não nos humilhamos diante de Deus, nos exaltamos.
A verdadeira oração é aquela que quebra o nosso orgulho, a nossa vaidade e soberba. É preciso se colocar diante de Deus com aquilo que realmente somos, rasgar o nosso coração, se despir de toda vaidade. A oração que agrada a Deus naquela parábola foi a oração daquele publicano que batia no peito reconhecendo seu pecado e sabendo-se indigno de se colocar diante de Deus.
E nós, como temos rezado? Qual destas duas figuras mais se parece conosco? O fariseu ou o publicano? Você tem a coragem de se colocar diante de Deus humildemente, reconhecendo as suas misérias, clamando o perdão e a misericórdia do Senhor, ou sua oração mais se parece com um cântico de exaltação a si mesmo?
Quantas vezes criamos fantasias em nossa oração, como se fosse necessário diariamente se elevar aos céus, como se fôssemos anjos. Uma oração que só busca alimentar o próprio ego e a própria vaidade é uma oração superficial, pois parte de alguém que não conhece a si mesmo, não reconhece sua necessidade de Deus, suas misérias, não se reconhece dependente do Senhor, mas se acha grande, perfeito, incorruptível, acima dos outros. Que esta não seja a nossa atitude!
Independente do seu tempo de caminhada, a atitute que demonstra o quanto realmente nos convertemos, o quanto realmente nos aproximamos de Deus é a atitute daquele que se reconhece pequeno, daquele que é humilde. Quanto mais caminhamos verdadeiramente com Deus, quanto mais íntimos somos d'Ele, mais nos reconhecemos pecadores e necessitados da Sua misericórdia, mais reconhecemos o quanto não somos nada sem Deus, o quanto precisamos clamar e nos prostrar diante d'Ele para receber as graças que nos são necessárias para os desafios de cada dia.
A oração verdadeira [e aquela que nos conduz a amar cada vez mais a verdade, que desarma nossos sentimentos, que nos faz humildes e dependentes de Deus.
Que possamos, como o salmista, nos apresentar diante de Deus e suplicar:
"Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão do vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado,
E apagai completamente a minha culpa!
Meu sacrifício é minha alma penitente,
Não desprezeis um coração arrependido!"
(Salmo 50)
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