Viver a plenitude da lei
- Coisas do Alto
- 10 de mar. de 2021
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Hoje Jesus nos leva a refletir sobre o cumprimento da lei de Deus, não apenas ao aspecto da submissão à lei, mas algo maior do que isso, o cumprimento pleno da lei, que só se dá no amor.
Jesus não veio para revogar a lei antiga ou os profetas, como pensavam os doutores e os escribas, pelo contrário veio para dar-lhe pleno cumprimento. O ensinamento e o comportamento de Jesus deu à lei uma forma nova e definitiva na qual se realiza plenamente a lei. Ou seja, nada da lei foi omitido, o que Jesus fez foi aprofundar seu cumprimento. O amor se torna o mandamento novo e inesgotável de Jesus,
A plenitude da lei, a vivência plena dos mandamentos ganha novo sentido quando vivemos no amor, amor a Deus e ao próximo. Jesus veio nos mostrar que não basta apenas a atitude legalista, ou seja, cumpro a lei pois esta é a minha obrigação de cristão, cumpro os mandamentos de Deus e da Igreja, pois sou obrigado a isso. Essa atitude, esse comportamento não nos levam a nada, não nos fazem crescer na fé e na santidade, apenas faz com que essa resposta se torne um fardo pesado demais para ser suportado. Quando olhamos para a lei de Deus e para os mandamentos da Igreja dessa forma ficamos com a visão de algo ruim, insuportável, que aprisiona e entristece,
Na verdade a vivência plena de todas essas nossas obrigações, quando cumpridas por amor a Deus, nos leva à alegria, à liberdade, à fé, à maturidade e à santidade.
Quando digo que precisamos viver a lei e os mandamentos na plenitude do amor quero dizer que essa vivência precisa ser (e realmente é) uma resposta ao amor de Deus. A nossa busca pelo cumprimento da lei é apenas e tão somente a nossa resposta ao Deus que nos amou por primeiro. Diante desse tão grande amor de Deus por nós somos conduzidos, e o nosso coração entende como necessário, a dar uma resposta a este Deus, esta resposta é a busca pela vivência plena o amor, a Deus e ao próximo, que na prática acontece pelo cumprimento da lei de Deus e da Igreja.
Neste sentido cumprir a lei nada mais é do que amar a Deus em plenitude. Amar a Deus sobre todas as coisas, honrá-lO com palavras e ações, não ofendê-lO, amar a Deus que está presente no outro. Isso é viver plenamente a lei, viver os mandamentos em toda a sua extensão e não de acordo com minhas convecções humanas, que reduzem essa vivência.
Podemos dar exemplos claros desse reducionismo da lei de Deus:
Quando digo que cumpro o mandamento de "não matar", pois nunca tirei a vida de ninguém... mas será que este "não matar" se reduz apenas a isso? Não matar é também defender a vida em qualquer situação, não torná-la agressiva, não matar o outro com minhas palavras, com minhas sentenças prontas. Quando digo que "eu nunca adulterei"... mas e a pureza no olhar, no pensar, no sentir e no agir? Quando digo "nunca roubei"... mas eu respeito aquilo que é do outro? Devolvo quando pego emprestado? Não me aproveito das coisas alheias? Não faço "falcatruas" no Imposto de Renda?
Poderíamos dar inúmeros exemplos sobre o reducionismo dos mandamentos de Deus, mas fica aqui uma oportunidade de reflexão: como tenho vivido o cumprimento da lei de Deus? De forma plena, ou reduzo essa vivência de acordo com minhas convicções e meus "achismos"? Tenho vivido todas as coisas por amor a Deus ou simplesmente cumpro com minhas obrigações como cristão? Tenho consumido minha vida por amor a Deus, como a vela, que se consome no altar, que dá tudo o que é para cumprir sua missão? Faço isso com amor, amor a Deus e ao próximo?
Peçamos a Deus a graça de viver todas essas coisas no amor, supliquemos a Ele esta graça de, a partir da nossa experiência com o Seu amor, possamos também responder plenamente no amor. Que Ele nos liberte de todo peso na vivência dos mandamentos que o nosso coração se alegre em dar a nossa resposta de amor, ao Amor que por primeiro nos amou!
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